no escuro

breathless

– Não sei se sou infeliz porque não sou livre, ou se não sou livre porque sou infeliz.

(Patricia Franchini, interpretação de Jean Seberg)

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Acossado, 1960

direção: Jean-Luc Godard

vômitos da experiência

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“A gente sempre pensa que é um super-homem, que faz tudo, que pode tudo, que resolve tudo. Até o dia em que você leva um pé na bunda e aí a gente se sente perdido, fragilizado, confuso. Você não consegue ser determinado. Solitário, individual. Não consegue nem mesmo terminar um relatório de viagem. Não consegue se envolver. Você se paralisa. É isso que eu sentia. Paralisia múltipla. Por isso fiz essa viagem, pra me mover, pra voltar a caminhar. Voltar a comer o sanduíche de filé. Voltar a andar de moto. Voltar a ver o Fortaleza ganhar. Pra voltar a ir a praia no domingo. Pra voltar a viver.”

(geólogo, interpretação de Irandhir Santos)

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Viajo porque preciso, volto porque te amo, 2009

direção: Marcelo Gomes e Karim Aïnouz

ossos do ofício

– Quem quer ir para o deserto, de toda a forma?

– Você deve ir até onde as pistas te levam.

– Elas nunca nos levam à praia?

(Buddy Noone e Terry McCaleb, interpretação de Jeff Daniels e Clint Eastwood)

 

Dívida de Sangue, 2002

direção: Clint Eastwood

ética do imperfeito

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“Todo mundo erra, sabe. Ninguém é perfeito. A questão é: o que você aprende com isso? O que fazer depois? Tudo é maravilhoso quando as coisas correm sem problemas.”

(Jack, interpretação de Sidney Pollack)

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Maridos e esposas, 1992

direção: Woody Allen

sonhos calados

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– Eu quero ir com você.

– Não fale isso se você não for.

(Jean e Véronique Chambon, interpretação de Vincent Lindon e Sandrine Kiberlain)

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Mademoiselle Chambon, 2009

direção: Stéphane Brizé

falha palavra

“Para todo mundo, o silêncio chega antes da verdade”.

(Nawal Marwan, interpretação de Lubna Azabal)

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Incêndios, 2010

direção: Denis Villeneuve

coisas que eu não disse ainda

“O olhar é a luz que sai do olho”.

(Meu velho, interpretação de José Celso Martinez Corrêa)

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Árido Movie, 2006

direção: Lirio Ferreira

o oposto do que eu disse antes

– Tá vendo? As coisas estão por aí e a gente não vê. Sabe por quê? Preconceito. As pessoas só querem ver o que deixam. É preguiça e preconceito. É por isso que eu gosto de Raul Seixas. Eu não gosto de uma opinião formada. Tá mais calmo? Pois bem. Ali, ói. Ali é um elefante. Essa aí é que foi foda. Mas eu não conseguia ver nem com a bexiga! Eu olhava, olhava… Só se for um elefante que não existe mais. Eu dizia pros velhos que me amostravam. Aí, um dia eu tinha fumado bem a erva, sabe? E fiquei admirando, admirando… Aí, percebi que era um elefante afundado na água. Tá vendo? A água no meio dele e a tromba saindo. Vê a orelha do bicho! Rapaz, foi feito uma alucinação. Porque eu pensava assim: se aquilo sempre esteve ali e eu nunca consegui ver, quanta coisa num existe pelo mundo que tá embaixo do nariz e a gente nem nem? O negócio é o seguinte: cabeça aberta e estar alerta. Se a gente pisa sem jeito, pode escorregar na imaginação. Mas é lindo, né Jonas? E é tudo seu. Mesmo que você não queira.

(Zé Elétrico, interpretação de José Dumont)

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Árido Movie, 2006

direção: Lirio Ferreira

a postos da espera

“Os dias passam, meu corpo apodrece. Corpos apodrecem. Por isso nada sou senão palavras. Quando escrevo, me afirmo. Quando falo, ganho sentido. Quando penso, ganho corpo. Meu corpo é letra e linha. Meu corpo palavra.”

(Camila, interpretação de Leandra Leal)

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Nome próprio, 2007

direção: Murilo Salles

percepção da verdade

– Léa, talvez possamos recomeçar a nossa vida.

– Só temos 10 anos.

– Sim, ainda não é tarde.

(Léon e Léa, interpretação de Antoine L’Écuyer  e Catherine Faucher)

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Não sou eu, eu juro!, 2008

direção: Philippe Falardeau

virtude do inútil

*Sugestão de Felipe Augusto

“o olho vê

a lembrança revê

e a imaginação transvê

é preciso transver o mundo”

(As lições de Rômulo Quiroga, de Manoel de Barros)

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Só dez por cento é mentira, 2009

direção: Pedro Cezar

como se eu fosse de lá

– Desse jeito, Karina, eu tou me sentindo um pouquinho desprezado.

– Desprezo é quando a importância da pessoa escapole do pensamento da gente por conta própria, Antônio. Eu tou tangendo tua presença da minha cabeça pra dar cabimento a outras coisas.

(Antônio e Karina, interpretação de Gustavo Falcão e Mariana Ximenes)

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A Máquina, 2006

direção: João Falcão

idealismo em duelo

“Poesia e política são demais para um só homem”

(Sara, interpretação de Glauce Rocha)

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Terra em Transe, 1967

direção: Glauber Rocha

variável tempo

“Uma nova vida é como uma nova casa. Na sua idade, se constrói. Na minha, se compra pronta”

(Jacques Grumberg, interpretação de Claude Brasseur)

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Um lugar na platéia, 2006

direção: Danièle Thompson

coração que luta

– Qual a qualidade mais importante que um revolucionário deve ter?

– O amor.

– Amor?

– Amor pela humanidade, pela justiça e pela verdade.

(Lisa Howard e Che Guevara, interpretação de Julia Ormand e Benicio Del Toro)

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Che, 2008

direção: Steven Soderbergh