Arquivo da categoria: …da felicidade

no escuro

breathless

– Não sei se sou infeliz porque não sou livre, ou se não sou livre porque sou infeliz.

(Patricia Franchini, interpretação de Jean Seberg)

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Acossado, 1960

direção: Jean-Luc Godard

acaso previsto

– Ontem, eu sonhei… sonhei com você. Você tinha uns quarenta ou cinquenta anos e era feliz.

– Seus sonhos se realizam?

– Há anos eu não sonhava com algo bom.

(O Juíz e Valentine, interpretação de Jean-Louis Trintignant e Irène Jacob)

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A Fraternidade é Vermelha, 1994

direção: Krzystof Kieslowski

ausência de cores a colorir

“A felicidade nem sempre é o melhor caminho pra ser feliz”

(Judith, interpretação de Catherine O’Hara)

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Onde vivem os monstros, 2009

direção: Spike Jonze

luminescência

*Sugestão de Lívia Rimolo

“O que as estrelas fazem? Elas brilham.”

(Yvaine, interpretação de Claire Danes)

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Stardust, 2007

direção: Matthew Vaughn

uni-dune-tê

“Pense bem na escolhas que você fizer. É você quem terá que conviver com elas”

(Renée Dwyer, interpretação de Sarah Clarke)

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Eclipse, 2010

direção: David Slade

dentes fortes e saudáveis

– Eu queria perguntar algo a você porque você é um médico. Às vezes, eu não gosto de mim próprio. Você pode me ajudar?

– Barry, eu sou um dentista. Que tipo de ajuda você acha que eu posso te dar?

(Barry Egan e Walter, interpretação de Adam Sandler e Robert Smigel)

 

Embriagado de Amor, 2002

direção: Paul Thomas Anderson

quando o dedo aponta o céu…

“Gosto de observar na escuridão as caras dos outros espectadores. E de notar o pequeno pormenor que mais ninquém verá. Mas odeio nos antigos filmes americanos que os condutores não olhem para a estrada”

(Amélie Poulain, interpretação de Audrey Tatou)

 

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, 2001

direção: Jean-Pierre Jeunet

mais vale uma risada que um beijo de amor?

* Sugestão de Matheus Mangaba (aniversariante do dia!)

“Existe uma história sobre os deuses gregos. Eles estavam entediados e então criaram a humanidade. Mas, ainda assim, continuaram entediados e então criaram o amor. Com a criação do amor eles não ficaram mais entediados, daí decidiram experimentar o amor. E finalmente, eles inventaram o riso, para assim suportar o amor”

(Harry Stevenson, interpretação de Morgan Freeman)

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Banquete de Amor, 2007

direção: Robert Benton

na saúde e na doença…

“Ria e o mundo rirá com você. Chore e chorará sozinho”

(Oh Dae-su, interpretação de Choi Min-sik)

 

Oldboy, 2003

direção: Park Chan-wook

os brutos também amam

– Uma vez, tive uma previsão que dizia: “vai, a vida é curta, o tempo é ouro”.

– Você tem dinheiro guardado? Um seguro?

– Por quê?

– As coisas mudam, tudo pode acontecer. Probabilidades são como a gravidade: não se pode negociar com a gravidade. Um dia…um dia simplesmente cobra, entende? Cobra e vai embora.

– Sim?

– Sim. Tão distante e rápido como puder.

– Você me encontraria?

– Sim, te encontraria.

– Você é como um cubano, o macho protetor falando.

– Quem está falando é um homem que te quer bem. Nunca te colocaria em perigo. Nunca te colocaria a menos de 1000 milhas de algo que pode te ferir.

– Onde você estará?

– Terminarei o negócio e te buscarei.

– Faria isso?

– Sim, senhora. Se não o fizer, então perderei a única pessoa que amei desde os meus 16 anos.

(Sonny Crockett e Isabella, interpretação de Colin Farrell e Gong Li)

 

Miami Vice, 2006

direção: Michael Mann

felicidade é coisa séria?

– Você podia levar a vida mais a sério, Poppy!

– Você só pode estar brincando!!!

– Eu só quero que você seja feliz.

– Eu sou feliz.

– Eu não acho que você seja feliz.

– Mas eu sou! Eu amo a minha vida! Tenho um ótimo trabalho, crianças geniais, amigos incríveis… Sou uma garota de sorte! Sim, pode ser um pouco difícil algumas vezes, mas faz parte.

(Helen e Poppy, interpretação de Caroline Martin e Sally Hawkins)

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Simplesmente Feliz, 2008

direção: Mike Leigh

verdades sem dor

“A felicidade consiste em poder contar a verdade sem machucar alguém”

(Guido Anselmi, interpretação de Marcello Mastroianni)

 

8 ½, 1963

direção: Federico Fellini

bom é ser bobo

– Que tal a gente inventar um jogo?

– Pode ser…

– Ok, eu estou pensando em algo laranja, pequeno…

– Sou eu.

– Acertou!

[um pouco depois]

– Estou pensando em algo laranja e pequeno…

– Eu, de novo.

– Muito bem, Sr. Sabe Tudo!

[um pouco mais depois]

– … É laranja e pequeno, e tem listras…

– Eu. E deixa eu adivinhar o próximo… EU.

– Ok… Isso é assustador.

(Dory e Marlin, vozes de Ellen DeGeneres e Albert Brooks)

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Procurando Nemo, 2003

direção:  Andrew Stanton e Lee Ankrich

quando dividir é somar

* Sugestão de Jonga Vasconcelos

“A felicidade só é verdadeira quando compartilhada”

(Chris McCandless, intepretação de Emile Hirsch)

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Na Natureza Selvagem, 2007

direção: Sean Penn

sensato e lúcido como um palhaço

“Desculpe! Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio … negros … brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma do homem … levantou no mundo as muralhas do ódio … e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A próxima natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem … um apelo à fraternidade universal … à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora … milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas … vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis!” A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia … da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem os homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais … que vos desprezam … que vos escravizam … que arregimentam as vossas vidas … que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar … os que não se fazem amar e os inumanos.

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Estás em vós!  Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela … de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo … um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergues os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!”

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O Grande Ditador, 1940

direção: Charles Chaplin